Companhia pretende reduzir resíduos plásticos na unidade, agilizar o processo de plantio e aumentar índice de sobrevivência das mudas nativas em ações de reflorestamento
A CESP – Companhia Energética de São Paulo deu início ao processo de substituição dos tubetes de plástico por material biodegradável no Horto Florestal da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera). O objetivo da iniciativa é reduzir gradativamente o uso dos tubetes plásticos e tornar a operação do viveiro ainda mais sustentável.
No ano passado, a empresa investiu na aquisição de um equipamento capaz de produzir até 9 mil tubetes biodegradáveis por dia. Utilizando um tipo de papel especial (celulose), que tem durabilidade média de 12 meses no ambiente e cerca de 3 meses no solo, o tubete sai da máquina já com o substrato e segue para o plantio das sementes.
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Com a medida, a empresa espera tornar todo o processo de produção mais eficiente, sustentável e ainda melhorar o desenvolvimento inicial das mudas. Isso porque a adoção desse material biodegradável elimina um dos processos que poderia causar estresse nas mudas: a retirada do tubete de plástico, que em alguns casos pode danificar as raízes e dificultar seu processo de enraizamento no solo.
No modelo mais tradicional, essas sementes são plantadas em tubetes de plástico, germinadas, se desenvolvem e, no momento do plantio nas áreas de reflorestamento, são retiradas dos tubetes e plantadas diretamente no solo. Logo após, os tubetes plásticos vazios são recolhidos pelas equipes de campo, transportados de volta ao viveiro de mudas, higienizados e reutilizados. Os tubetes que eventualmente quebram são descartados.
Já os tubetes biodegradáveis vão diretamente do viveiro para o solo, o que evita “ferimentos” na muda ou nas suas raízes, otimiza o processo das equipes e ainda reduz a geração de resíduos plásticos.
“Ainda estamos em processo de implantação desta tecnologia, mas já podemos dizer que são inúmeros os benefícios para as nossas operações e para o meio ambiente. Já percebemos, por exemplo, que as mudas germinadas nos tubetes biodegradáveis também estão se desenvolvendo melhor, atingindo o tempo para o plantio mais rapidamente. Além disso, estamos reduzindo drasticamente o uso do plástico em nossas operações. O próximo passo será avaliar o desenvolvimento das mudas no campo, pós plantio”, ressalta André Rocha, gerente de Sustentabilidade e Operações da companhia.
Atualmente, o Horto Florestal de Porto Primavera tem capacidade para produzir mais de 1 milhão de mudas de árvores nativas por ano, o que corresponde a uma média de 2,7 mil mudas por dia.
O gestor explica que o processo de substituição será gradativo no Horto Florestal, conforme a expedição e produção de novas mudas. “Nós temos como objetivo buscar soluções para que nossas operações sejam cada vez mais sustentáveis. E acreditamos que o Horto Florestal, onde são produzidas as mudas que são plantadas nas nossas ações de reflorestamento, deve ser a nossa vitrine em sustentabilidade, proteção dos nossos recursos naturais e de consumo consciente, que são temas defendidos e aplicados pela CESP em todas as suas ações, visando a construção de um futuro melhor”, completa Rocha.Horto Florestal Sustentável
A adoção de tubetes biodegradáveis vem ao encontro de uma série de medidas para tornar as operações do Horto Florestal cada vez mais sustentável. Hoje, a unidade é autossuficiente com energia solar, dispõe de estruturas para reuso de água pluvial, iluminação externa autônoma fotovoltaica e conta com uma unidade de compostagem, aproveitando o material orgânico de manutenções das áreas verdes da Usina de Porto Primavera e utilizando o material produzido no plantio das mudas no campo.
Em breve, o espaço também contará ainda com um sistema de reaproveitamento de água da e irrigação.